Em um senso comum, é aquilo que machuca, dói, lateja, deixa marca
Cicatriza?
O que é dor?
No senso seu, do teu eu
Aquela pessoa ali, quem você nunca esqueceu, ou aquela que
disse algo que te entristeceu
Dor?
É um dedo preso na porta do carro? Um caco de vidro preso no
pé? Ou um tanto de pensamento que te fazem perder a fé?
Sinceramente, dói ver gente com dor
Aperta os dentes, os olhos
Dói aqui. Bem aqui.
Na cabeça, no ombro, dentro do peito, até bem dentro da
alma.
O que é dor?
Há dor. Na foto escondida na gaveta, na lata de cerveja
vazia, no cruzar de olhos ali na esquina onde você a viu.
Viu quem?
A dor.
Nos berros do quarto ao lado, no chute na porta, no carro
quebrado. Há dor.
No cansaço, no relapso. No maço de cigarros vazio e no cinzeiro
cheio.
Nesses remédios que não fazem efeito, pra sua dor.
Pra minha dor.
Pra dor de quem?
Tem dois, cinco, sete ou dez anos que passam. Ela continua
ali, ela. Quem é ela?
Tem uma coisa que não sabem sobre ela. Você sabe quem é ela.
Ela sara. Passa. Ameniza. Tranquiliza. Aparentemente vai
embora, e não é pela embriaguez, pelo torpor, pelas piadas de mau gosto, pelos
outros corpos, bocas ou fodas.
Ela sara, passa,
ameniza, tranquiliza. Ao ver aquele que também dói.
Ao ver que nem na solidão que ela causa, é possível estar
sozinho.
Ao ver que na solidão que ela causa, tem alguém sorrindo.
Há dor.
A Dor.
Ah, Dor, vai embora, deixa eu descansar!
Depois volta,
como outra dor.
jane.
jane.
Nenhum comentário:
Postar um comentário