quinta-feira, 23 de novembro de 2017

relatos sobre A Dor

Em um senso comum, é aquilo que machuca, dói, lateja, deixa marca

Cicatriza? 

O que é dor?

No senso seu, do teu eu
Aquela pessoa ali, quem você nunca esqueceu, ou aquela que disse algo que te entristeceu

Dor?

É um dedo preso na porta do carro? Um caco de vidro preso no pé? Ou um tanto de pensamento que te fazem perder a fé?

Sinceramente, dói ver gente com dor
Aperta os dentes, os olhos

Dói aqui. Bem aqui.

Na cabeça, no ombro, dentro do peito, até bem dentro da alma.

O que é dor?

Há dor. Na foto escondida na gaveta, na lata de cerveja vazia, no cruzar de olhos ali na esquina onde você a viu.
Viu quem?

A dor.

Nos berros do quarto ao lado, no chute na porta, no carro quebrado. Há dor.
No cansaço, no relapso. No maço de cigarros vazio e no cinzeiro cheio.
Nesses remédios que não fazem efeito, pra sua dor.

Pra minha dor.

Pra dor de quem?

Tem dois, cinco, sete ou dez anos que passam. Ela continua ali, ela. Quem é ela?
Tem uma coisa que não sabem sobre ela. Você sabe quem é ela.

Ela sara. Passa. Ameniza. Tranquiliza. Aparentemente vai embora, e não é pela embriaguez, pelo torpor, pelas piadas de mau gosto, pelos outros corpos, bocas ou fodas.

Ela sara, passa, ameniza, tranquiliza. Ao ver aquele que também dói.  
Ao ver que nem na solidão que ela causa, é possível estar sozinho.
Ao ver que na solidão que ela causa, tem alguém sorrindo.
   
Há dor.

A Dor.

Ah, Dor, vai embora, deixa eu descansar!

Depois volta,

como outra dor. 



                       jane. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário