O suor escorrendo-lhe pelas costas, a franja castanha
grudando-lhe na testa.
Uma ligação. Sweet Jane não sabia por que ele queria
assustá-la tanto. Ele a fizera correr daquela forma. Passando pelas ruas
cinzas, com suas calçadas e casas também cinzentas.
Por Deus, não chegaria nunca? O único sobrado amarelo em
meio das casas apagadas. O único tom alegre.
Um ofego. Outro alívio.
Chegara. A porta estava aberta, o cheiro de cerveja pairava
no ar, Jane fitou o recinto, seus olhos demoraram a acostumar com o tenso breu.
Quanto tempo uma luz não era acesa naquele lugar?
Um nome. Uma pergunta:
- Jane?!
Sem resposta.
Sweet Jane preferiu planar com suas sapatilhas pelos
azulejos em silêncio. Fitou-o debruçado no sofá, Dear Lewis tentava – não conseguindo
– segurar uma garrafa de cerveja, o liquido escorria pelos dedos largos do
rapaz, manchando todo o tapete abaixo dele.
“Por isso o
desespero...” Pensou Jane, sim ela pensara e deixara-me escrever. Ela andou
tropeçando nas inúmeras taças, garrafas e embalagens, sujando suas sapatilhas.
E de que adiantaria ligar para isso agora?
Dear Lewis por outro lado não pensara, nem mesmo movera um
músculo da posição fetal que se encontrava no sofá gigantesco, sentira a
presença dela, da sua Jane. Seu olfato reconhecia a canela e os cigarros do
cheiro que seu Doce trazia consigo, o contraste que sua garota dava ao meio
daquela sujeira. Lewis moveu-se pela primeira vez, levantando a mão que já
desistira de segurar a garrafa e agora procurava por ela.
Os olhos tempestuosos fitaram o suplico das mãos do rapaz,
Jane não podia deixá-lo naquele estado. Aproximou-se de Lewis, passou seus
dedos de alfinete pelos cabelos lisos e louros, puxou-os timidamente,
levantando o pescoço dele com a outra mão. Ele se aninhou nas coxas dela.
Um sussurro:
- Finalmente sou a manteiga?
Uma onomatopeia e um auto-convite:
-Shhh. Vou ficar aqui.
Nossa, você escreve muito bem, adorei, cheio de detalhes, muito bom mesmo.
ResponderExcluirNão sei se era o objetivo MESMO do texto, mas eu achei fofo heheh
ResponderExcluirE ao mover-se sobre o azulejo, a imaginei não apenas andando, mas dançando como bailarina :)
Obrigada querida. Beijinhos
ResponderExcluirLola, você tem um subjetivismo incrível. Creio não ter ninguém que escreva parecido com a sua forma. É tão original, que li o texto debaixo também.
ResponderExcluirSeguirei o seu monólogo, assim como fizera com o meu!
Acabou de ganhar uma nova seguidora, vou acabar lendo todos os textos. Muito obrigada pela visita do meu blog.
ResponderExcluirApareça sempre que puder. :*